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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Não se orgulhe da sua linhagem


"E quanto a você? Você chama a si mesmo de judeu. Você confia na lei de Moisés e se envaidece de estar perto de Deus. Você sabe o que Ele quer que você faça, e sabe o que é importante, porque tem aprendido a lei. Você pensa que é um guia para os cegos e uma luz para os que estão nas trevas. Você acha que pode mostrar aos tolos o que é certo, e ensinar esses que nada sabem. Você tem a lei, por isso pensa que sabe todas as coisas e é dono da verdade." (Rm 2.17-20).

Não se vanglorie de sua linhagem

Isso que você está ouvindo não são fogos de artifício; são granadas. Sete granadas, para ser exato. Sete quentes e ferventes verbos lança­dos bem no centro do legalismo. Ouça como explodem.

“Você chama a si mesmo de judeu.”

“Você confia na lei de Moisés e se envaidece de estar perto de Deus.”

“Você sabe o que Ele quer que você faça, e sabe o que é importante, porque tem aprendido a lei.”

“Você pensa que é um guia para os cegos e uma luz para esses que andam em trevas.”

“Você acha que pode mostrar aos tolos o que é certo, e ensinar esses que nada sabem.”

“...você pensa que sabe todas as coisas.” (Rm 2. 17-20).

Bum. Bum. Bum. Justamente quando os líderes pensavam que ga­nhariam elogios, foram detonados. Paulo disparou: “Vocês, judeus, confiam na lei em vez de confiar no legislador, e ufanam-se de ter o monopólio de Deus. Vocês estão convencidos de que são uma parte dos eleitos privilegiados que ‘sabem’ (sem sombra de dúvidas) o que Deus quer que se faça. E se isso não fosse ruim o bastante, vocês ‘pen­sam’ que são uma dádiva de Deus para os loucos e confusos. De fato, vocês ‘pensam’ que sabem tudo”.

O apóstolo, não obstante, está mais interessado em marcar um ponto que contar pontos, e seu ponto para os religiosos amontoadores de pedras é claro: “Não se vanglorie de sua árvore genealógica”. A fé é profundamente pessoal. No reino de Deus não há estirpe real, ou li­nhagem santa.

Me vem à mente a história do filho do lenhador. Por alguma razão, o menino convenceu-se de que havia fantasmas na floresta. Isso preo­cupou seu pai que, havendo feito das árvores um meio de vida, espe­rava que o filho fizesse o mesmo. A fim de encorajar o filho, o pai deu-lhe seu lenço dizendo-lhe:

— Os fantasmas têm medo de mim, meu filho. Use este lenço, e eles terão medo de você. O lenço fará de você um lenhador.

E assim o rapaz fez. Usou o lenço orgulhosamente, dizendo a todos que era um lenhador. Todavia, nunca entrou na floresta, nem nunca cortou uma árvore, mas desde que ganhara o lenço do pai, considera­va-se a si mesmo um lenhador.

O pai teria sido sábio se houvesse ensinado ao filho que não havia fantasmas, em vez de ensiná-lo a confiar num lenço.

Os judeus confiavam nos lenços de seus pais. Dependiam da aba de sua herança. Não importava que fossem ladrões, adúlteros e escroques (Rm 2.22,23); ainda consideravam a si mesmas como os eleitos de Deus. Por quê? Porque tinham o lenço.

Talvez lhe tenham dado um lenço. Talvez os ramos de sua árvore genealógica estejam carregados de santos e profetas. Talvez você te­nha nascido numa casa pastoral e criado dentes num banco de igreja. Se assim for, seja agradecido, mas não acomodado. Melhor confiar na verdade que em um lenço.

Ou quem sabe você não tenha pedigree. Seus ancestrais estão mais nos registros da prisão, que no rol de professores da Escola Sabatina. Neste caso, não se preocupe. Assim como uma herança religiosa não traz bônus, uma secular não traz déficits. Árvore genealógica não pode salvá-lo, ou condená-lo; a decisão final é sua.

Caro leitor, tente pensar em você arremessando sua âncora em algo que não seja sobre si mesmo.

Um legalista não sabe disso. Ele ancora apenas em si mesmo. Sua segurança provém do que ele faz, de sua linhagem, sua lei e sua tatua­gem. Quando a tempestade desaba, o legalista lança sua âncora em seu próprio esforço. Ele salvará a si mesmo. Além de que, ele não está no grupo certo? Ele não tem a lei exata? E ele não passou pela inicia­ção correta? (Alguma vez já se perguntou por que muitos religiosos têm a vida tão tempestuosa?)

Este é o ponto:

A salvação é tarefa de Deus.

Não Tente Fazer o que Somente Deus Pode Fazer

Marcelo Dornelles

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